ATA DA TERCEIRA REUNIÃO
ORDINÁRIA DA SEGUNDA COMISSÃO REPRESENTATIVA DA DÉCIMA SEGUNDA LEGISLATURA, EM
15.01.1998.
Aos quinze dias do mês de
janeiro do ano de mil novecentos e noventa e oito reuniu-se, no Plenário Otávio
Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Comissão Representativa da Câmara Municipal
de Porto Alegre. Às nove horas e quarenta e cinco minutos, foi realizada a
segunda chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Carlos Garcia,
Clovis Ilgenfritz, Fernando Záchia, João Dib, Juarez Pinheiro, Luiz Braz, Maria
do Rosário, Paulo Brum e Renato Guimarães, Titulares. Ainda, durante a Reunião,
compareceram os Vereadores Anamaria Negroni, Eliseu Sabino, Isaac Ainhorn,
Lauro Hagemann e Nereu D'Ávila, Titulares, e Antônio Losada, Clênia Maranhão, Henrique
Fontana e Pedro Ruas, Não-Titulares. Constatada a existência de “quorum”, o
Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou a distribuição em
avulsos de cópias da Ata da Segunda Reunião Ordinária, que foi aprovada. À MESA
foram encaminhados: pelo Vereador Adeli Sell, a Indicação nº 02/98 (Processo nº
195/98); pelo Vereador Carlos Garcia, 06 Pedidos de Providências e a Indicação
nº 01/98 (Processo nº 89/98). Na ocasião, foi apregoado Convite do Senhor Aldo
Besson, Provedor da Irmandade Devoção de Nossa Senhora dos Navegantes, para a
abertura oficial da Centésima Vigésima Terceira Festa de Nossa Senhora dos
Navegantes, a ser realizada no dia dezoito de janeiro do corrente, no largo da
Igreja Nossa Senhora dos Navegantes. Do EXPEDIENTE constaram: Ofícios nºs 12,
13, 14, 15, 16, 22, 23, 24 e 25/98, do Senhor Prefeito Municipal de Porto
Alegre; 02/98, do Vereador João Gheller Neto, Presidente da Câmara Municipal de
Tenente Portela/RS; 04/98, do Vereador Douglas Firmino Borges, Presidente da Câmara
Municipal de Vacaria/RS; 07/97, da Senhora Ignez d'Ávila, Coordenadora da
Comissão Técnica Especial para avaliação do 2º Plano Diretor de Desenvolvimento
Urbano e Ambiental; 323/97, do Senhor Setembrino Gonçalves Franco,
Diretor-Presidente das Centrais Elétricas de Carazinho S.A. - ELETROCAR/RS;
1633/97, da Senhora Vera Lúcia Martins Vianna, Superintendente de Negócios da
Caixa Econômica Federal - CEF; s/nº, do Senhor Bernardo de Souza, Deputado
Estadual/RS; s/nº, do Senhor Airton Santos Vargas, Delegado do MEC/RS; s/nº, do
Senhor Áureo Dutra Rodrigues, Diretor-Presidente do Centro Espírita de Umbanda
Luz e Caridade; s/nº, do Senhor Alcenor Pagnussatt, Diretor-Presidente do
Sistema de Crédito Cooperativo - SICREDI/RS e do Senhor Ademar Schardong,
Diretor-Presidente do Banco Cooperativo Sicredi S.A. - BANSICREDI; s/nº, do
Professor José Vicente Tavares dos Santos, Diretor do Instituto de Filosofia e
Ciências Humanas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS;
Convites: da Juíza Ellen Gracie Northfleet, Presidenta do Tribunal Federal da
4ª Região, para a cerimônia de posse da Diretoria do Foro/RS; da Farrapos
Promoções, para a solenidade de entrega do Troféu Laçador; da Direção
do Instituto de Ciências Aeronáuticas
e alunos da turma de pilotos civis da América do Sul, para a sessão solene de
colação de grau; do Senhor Darcy Zibetti, Coordenador-Geral do V Congresso
Mundial de Direito Agrário e do Senhor Eduardo K. M. Carrion, Diretor da
Faculdade de Direito da Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS, para
o lançamento oficial do evento; do Sindicato dos Enfermeiros/RS, para o
lançamento do livro "Prazer em Enfermeiras (os) conhecer História,
Organização, Gênero e Direitos"; Telegramas: do Senhor Antônio Britto,
Governador do Estado/RS; do Senhor Cézar Schirmer, Secretário de Estado da
Agricultura e do Abastecimento/RS; do Senhor Germano Mostardeiro Bonow,
Secretário de Estado da Saúde e do Meio Ambiente; Relatório do Conselho dos
Cidadãos Honorários de Porto Alegre - CCHPA/97. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o
Vereador João Dib ressaltou a necessidade da devida autorização deste
Legislativo para que seja viabilizada a construção de uma pista de eventos em
Porto Alegre, mencionando decisão judicial em caráter liminar que corrobora tal
entendimento. O Vereador Fernando Záchia, salientando a necessidade da
construção de uma pista de eventos na Cidade, discorreu sobre a decisão liminar
que impede sua construção no Parque Marinha do Brasil. Na ocasião, o Senhor
Presidente prestou informações acerca da Comissão Especial constituída no ano
de mil novecentos e noventa e cinco, a fim de realizar estudos sobre a
instalação de um Parque de Eventos na Cidade (Requerimento nº 45/95 - Processo
nº 455/95) e a Vereadora Maria do Rosário, através de Questão de Ordem,
manifestou-se sobre o assunto. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Carlos
Garcia parabenizou a equipe de basquete da Sociedade de Ginástica Porto Alegre
- SOGIPA, pela conquista do título estadual da categoria. Ainda, teceu
comentários sobre as alterações no plano de carreira do Magistério estadual,
aprovadas pela Assembléia Legislativa do Estado. A Vereadora Maria do Rosário,
ao referir-se sobre a liminar concedida pela Justiça, impedindo a construção de
uma pista de eventos no Parque Marinha do Brasil, salientou o caráter
transitório de tal decisão, e afirmou que a proposta enviada pelo Executivo
Municipal é legal e está de acordo com o interesse público. A seguir,
constatada a existência de "quorum", foi iniciada a ORDEM DO DIA. Foi
aprovado o Requerimento nº 02/98 (Processo nº 34/98 - Sessão Solene em
homenagem ao Dia das Mães), de autoria do Vereador João Dib. Na ocasião, o
Senhor Presidente prestou informações acerca da tramitação do Requerimento
supra citado. Foi rejeitado o Requerimento nº 03/98 (Processo nº 58/98 - Destinação
do Grande Expediente do dia quatro de março do corrente para homenagear o Dia
Internacional da Mulher), de autoria da Vereadora Anamaria Negroni, por dois
votos SIM, três votos NÃO e sete ABSTENÇÕES, após ser encaminhado à votação
pelos Vereadores Maria do Rosário, Anamaria Negroni, Carlos Garcia, Paulo Brum
e João Dib, em votação nominal solicitada pelo Vereador Luiz Braz, tendo votado
Sim os Vereadores Anamaria Negroni e João Dib, Não os Vereadores Lauro
Hagemann, Maria do Rosário e Renato Guimarães e tendo optado pela abstenção os
Vereadores Adeli Sell, Carlos Garcia, Clovis Ilgenfritz, Eliseu Sabino, Isaac
Ainhorn, Juarez Pinheiro e Paulo Brum. Na ocasião, face às Questões de Ordem
suscitadas pelas Vereadores Maria do Rosário e Anamaria Negroni, o Senhor
Presidente prestou esclarecimentos acerca da tramitação e votação do Requerimento
nº 03/98 e, face à Questão de Ordem do Vereador Clovis Ilgenfritz, prestou
informações sobre o processo de votação das matérias constantes da Ordem do Dia
durante os trabalhos da Comissão Representativa. Foi aprovado o Requerimento nº
04/98 (Processo nº 66/98 - Sessão Solene para homenagear os dez anos do
programa "Câmera 2", veiculado pela TV Guaíba), de autoria da Vereadora
Maria do Rosário, após ser encaminhado à votação pelo Vereador Isaac Ainhorn.
Na ocasião, face às Questões de Ordem suscitadas pelos Vereadores Maria do
Rosário, Carlos Garcia e Clovis Ilgenfritz, o Senhor Presidente prestou
esclarecimentos acerca da tramitação do Requerimento nº 04/98. Foi aprovado o
Requerimento nº 05/98 (Processo nº 72/98 - Sessão Solene destinada a homenagear
os cinqüenta anos de fundação do "35 - Centro de Tradições Gaúchas"),
de autoria do Vereador Lauro Hagemann. Foi aprovado o Requerimento nº 12/98 (Processo
nº 194/98 - Moção de Solidariedade à Associação dos Serviços Municipais de Água
e Esgotos - ASSEMAE, Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental
- ABES, Federação Nacional dos Urbanitários - FNU e Associação das Empresas de
Saneamento Básico Estaduais - AESBE pela campanha e mobilização em defesa da
manutenção das verbas de financiamento aos projetos de saneamento da Caixa
Econômica Federal), de autoria do Vereador Adeli Sell, após ser encaminhado à
votação pelo Autor. Foi aprovado o Requerimento nº 13/98 (Processo nº 219/98 -
Moção de Repúdio à aprovação, pelo Congresso Nacional, do Contrato de Trabalho
Temporário e do Banco de Horas), de autoria do Vereador Renato Guimarães, por
sete votos SIM, dois votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, após ser encaminhado à votação
pelos Vereadores Renato Guimarães, João Dib e Clovis Ilgenfritz, em votação
nominal solicitada pela Vereadora Anamaria Negroni, tendo votado Sim os
Vereadores Adeli Sell, Clovis Ilgenfritz, Isaac Ainhorn, Juarez Pinheiro, Maria
do Rosário, Nereu D'Ávila e Renato Guimarães, Não os Vereadores Anamaria
Negroni e João Dib, e tendo optado pela Abstenção o Vereador Paulo Brum. Em
COMUNICAÇÕES, o Vereador Juarez Pinheiro, ao congratular-se com a Senhora
Débora Balzan, funcionária deste Legislativo, pela sua colação de grau no curso
de Ciências Sociais e Jurídicas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul -
UFRGS, no dia doze de janeiro do corrente, reportou-se ao discurso proferido
pelo paraninfo da turma, Juiz Adão Sérgio do Nascimento Cassiano, no qual Sua
Senhoria analisou sob vários aspectos o sistema tributário ora vigente no País.
Ainda, reiterou denúncias feitas em pronunciamentos anteriores, relativas à
ausência de licitação para a escolha da empresa Listel, contratada
pela Companhia Riograndense de Telecomunicações, para a
edição de listas telefônicas. O Vereador João Dib criticou a utilização, pela
Prefeitura Municipal, de "cartas-contrato", para o preenchimento de vagas
em vários setores do Executivo Municipal. Também, teceu considerações sobre o
reajuste verificado no Imposto Predial e Territorial Urbano - IPTU, analisando
dados estatísticos que demonstram ter resultado o índice de reajuste do referido
imposto acima do permitido pela legislação vigente. Na ocasião, face às Questões
de Ordem suscitadas pelos Vereadores Adeli Sell, Clovis Ilgenfritz e João Dib,
o Senhor Presidente prestou esclarecimentos acerca da composição do
"quorum" para a continuidade dos trabalhos no período de
Comunicações, durante os trabalhos da Comissão Representativa, e o Vereador
Clovis Ilgenfritz formulou Requerimento verbal, solicitando seja feita, pela
Casa, uma análise acerca do assunto. Às doze horas e um minuto, constatada a
inexistência de "quorum", o Senhor Presidente declarou encerrados os
trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Reunião Ordinária da
próxima quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos
Vereadores Luiz Braz, Clovis Ilgenfritz e Juarez Pinheiro e secretariados pelos
Vereadores Juarez Pinheiro e Paulo Brum. Do que eu, Juarez Pinheiro, 1º
Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em
avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.
O SR.
PRESIDENTE (Luiz Braz): A Igreja Nossa Senhora dos Navegantes faz um convite a todos os
Vereadores da Câmara Municipal para que participem da solenidade de abertura da
123ª Festa de Nossa Senhora dos Navegantes, que será realizada no próximo
domingo. A presença dos Vereadores
nesta festa, única festa que existe dentro da Cidade, é muito importante, pois
a Câmara aparece como autoridade máxima.
O Ver. João Dib está com a
palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO
DIB: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, a vida de um homem público se faz de momentos,
como de resto toda a vida humana, de
uma sucessão de momentos bons, ruins, de glória, de tristeza. Nesta atual Sessão Legislativa eu já vivi um momento
de profunda tristeza quando colocaram em dúvida, neste Plenário, a palavra
deste Vereador. É claro que vou documentar tudo que eu havia dito, mas não é
esse o assunto que me traz à tribuna. Dia cinco de janeiro V. Exa. assumia a
Presidência da Casa e estava presente S. Exa. o Sr. Prefeito Municipal e no meu
pronunciamento, com aquela tranqüilidade de sempre, eu dizia: “É um dia de trabalho. O primeiro requerimento desta
Sessão Legislativa já foi encaminhado e quero ver da legalidade do Decreto nº
11880, editado em 30 de dezembro, sobre o IPTU e sobre a planta de valores.
A minha mesa está cheia de
papéis e eu pensava que depois da eleição iríamos começar um trabalho extenso e
intenso. Já vinha preparado para discutir a Pista de Eventos. O Processo nº
05/95 ainda está nesta Casa. O Prefeito ainda não o retirou e nesse Processo a
Prefeitura pede autorização para , em alternativa, construir a Pista de Eventos
no chamado estacionamento do MAPA, parecendo não entender que o estacionamento
é parte do Parque Marinha do Brasil e,
se no passado precisou pedir autorização, continua necessitando de um pedido de
autorização.
Hoje já estava preparado com
todos os documentos, com um entusiasmo tremendo para trabalhar, mas vamos
começar apenas na quarta-feira”.
Hoje, Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, é grande a minha alegria. Aquela tese que defendi durante o ano de
1997 de que precisava de autorização da Câmara Municipal para o Prefeito poder tratar da Pista de
Eventos está consagrada em uma decisão liminar da Justiça que diz: “Ressalto,
por fim, haver necessidade, em princípio, de que a construção de uma Pista de
Eventos no molde pretendido pelo
Município de Porto Alegre deveria ser submetido na forma de Projeto de Lei de
acordo com a norma da Lei Orgânica”.
Então, nada mudou na
legislação vigente, nada mudou em relação ao Regimento. O Processo continuava
na Casa, mas a teimosia da Administração da Prefeitura pensava que podia passar
por cima de todos nós e não que eu não tenha dito para o meu querido amigo
Rogério Favretto, Procurador-Geral do Município, para o Vice-Prefeito José Fortunati que precisava de autorização e dei a ele a documentação que tinha em mãos
onde constava que havia a necessidade de autorização legislativa.
A Justiça tarda mas não
falha e aí está escrito com todas as letras que precisa de autorização
legislativa, e reclamei isso durante todo o ano de 97.
Mas, vejam a teimosia do Sr.
Prefeito. Temos aqui na Casa a maquete feita na Administração Collares da Pista
de Eventos na Augusto de Carvalho,
local ideal para a implantação da Pista de Eventos, mas que o Prefeito,
teimosamente, se nega até a aceitar a participação do Estado que doaria uma
área no Centro Administrativo. Vereadores desta Casa, de diferentes Partidos,
procuraram o Governador e pediram o seu apoio e o Governador ofereceu o seu
apoio. O Prefeito Municipal recebeu uma comissão de Vereadores que levou ao seu
conhecimento e ele disse, depois que saímos do seu gabinete, que os Vereadores
estariam fazendo "jogo de cena" para impedir a sua grandiosa obra.
Não, nós não fazíamos nenhum "jogo
de cena". Nós havíamos vivido, intensamente, o problema "Pista de
Eventos" nesta Casa e sabíamos que o lugar certo, porque a população falou
assim, porque os Vereadores falaram assim, era na Augusto de Carvalho na forma
que foi estudada por indicação deste Vereador quando Prefeito, mas estudado o
Projeto, a maquete na administração Alceu Collares. Mas como foi de outros
partidos, o "partido da teimosia" não aceitaria. É possível que agora
o Prefeito sentindo que a Câmara tinha razão, e que como um dos seus
Vereadores, pelo menos, pedia o projeto, talvez ele se sensibilize e aceite até
a ajuda do Governador do Estado para resolver o problema na Augusto de Carvalho
e alguns Vereadores retornarão ao Governador, retornarão ao Prefeito. Saúde e
paz. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: Com
a palavra o Ver. Fernando Záchia para Comunicação de Líder.
O SR. FERNANDO
ZÁCHIA: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, somo-me à manifestação do Ver. João Dib, porque
não há ninguém na Cidade de Porto Alegre, esta certeza, eu tenho, que seja
contrário à Pista de Eventos em Porto Alegre. É uma manifestação cultural,
extremamente importante e que necessita que nós tenhamos dentro da nossa cidade
uma localização específica e que essa localização não venha trazer problema
para um determinada região da Cidade ou determinada comunidade.
Felizmente, essa decisão
judicial impede, que neste momento, seja construída no Parque Marinha do Brasil
a Pista de Eventos.
Mesmo que nós só tivéssemos
aquele local, sem dúvida alguma, eu seria contrário, porque existe a
inconformidade e a reclamação de uma comunidade que devemos respeitar e
obedecer.
Quando a Justiça impede a
construção da Pista de Eventos no parque Marinha, parece-me claro, Ver. João
Antônio Dib, que nós Vereadores temos a obrigação - independentemente de bloco
de situação ou bloco de oposição - de
fazer um apelo ao Sr. Prefeito Municipal para que ele repense a localização,
para que ele possa fazer com que a Pista de Eventos seja construída na Augusto
de Carvalho, pois existe uma unanimidade, um consenso desta Casa nesse
sentido.
Perece-me que isso é uma
decisão pluripartidária, pois questões partidárias devem ser relevadas. Tenho a
certeza de que é muito mais importante para a Cidade que possamos resolver essa
antiga discussão a necessidade de uma Pista de Eventos na Cidade, mas que
ela tenha uma localização que não
venha afetar o desenvolvimento nem a
normalidade de nossa Capital.
Não tenho bem certeza, mas
talvez tenha sido em 94, tivemos uma Comissão Especial presidida pelo Ver. Luiz
Braz em que aprofundamos o estudo do
assunto e aquela Comissão entendia e decidia que a melhor localização era na
Augusto de Carvalho.
Agora, em cima de uma
participação e boa vontade do Governo do Estado de fazer com que seja viabilizada a cedência daquela área junto ao Centro Administrativo
para a construção desse equipamento, isso reforça a posição desta Casa e, mais ainda Ver. João Dib, reforça a posição
do Ex-Prefeito Collares que em sua Administração fazia esse primeiro projeto na
Augusto de Carvalho.
Então, todos esses fatos
indicam e reforçam a tese da construção na Augusto de Carvalho. Nós vamos
insistir que a Pista de Eventos não
seja construída no Parque Marinha do Brasil. Felizmente, em tempo, chega essa decisão
da Justiça. Mas faço aqui um apelo aos Vereadores, independentemente de
situações partidárias, independentemente de serem da oposição ou da situação,
pois nós temos o objetivo de construir alguma coisa para nossa Cidade. Fazemos
também um apelo ao Prefeito Raul Pont, para que ele, com essa decisão da
Justiça, pare de pensar em construir a Pista de Eventos no Parque Marinha do
Brasil e reflita, quem sabe, para que haja uma possibilidade de construí-la
junto à Augusto de Carvalho. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE:
Só para
informar, eu não fui o Presidente da Comissão; eu fui o Relator. Deve ter sido
em 95 ou 96 que fizemos essa Comissão, que tinha como Presidente o Ver. Milton
Zuanazzi, que apontou a Augusto de Carvalho para a construção da Pista de Eventos.
Não deve ter sido em 94, porque nesse ano eu fui Presidente da Casa.
A SRA. MARIA
DO ROSÁRIO:
Sr. Presidente, o relatório foi entregue em 21 de abril de 95 e aprovado pela
Comissão em 27 de abril de 95.
O SR.
PRESIDENTE: Muito
obrigado pela informação, Vereadora.
O Ver. Carlos Garcia está
com a palavra.
O SR. CARLOS
GARCIA: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, em primeiro lugar gostaríamos de destacar um fato
esportivo que ocorreu ontem à noite, na Cidade de Canoas, onde um clube da
nossa Capital - a Sociedade Ginástica de Porto Alegre, SOGIPA, conseguiu
derrotar a equipe do Corínthians, de Santa Cruz do Sul, trazendo, novamente,
para nossa Cidade o título estadual de Basquete. Gostaríamos de parabenizar a
SOGIPA por este feito importante.
Hoje, nós gostaríamos de
discutir um assunto que não é propriamente do Município de Porto Alegre, mas
envolve todo o Estado. Como eu sou da área de educação, não poderia fugir desse
tema tão polêmico que, nos últimos dias, tem sido motivo de discussões em nosso
Estado. É relativo ao novo Plano de Carreira do Magistério. Ficamos muito
surpresos, primeiro, com a proposta e, segundo, com a sua aprovação. Esse novo
Plano de carreira que foi aprovado pelos deputados prevê quatro níveis:
graduado, especialista, mestrado e doutorado. A diferença do graduado para o
mestrado: 50%. Eu não sei se o Governo do Estado tem plena consciência do que
significa uma titulação de mestrado e doutorado?
Em qualquer lugar do mundo,
mestres e doutores são as pessoas responsáveis pela pesquisa. O governo,
talvez, esteja buscando, em nível de ensino fundamental e médio, um novo
paradigma. Talvez, o Governo do Estado e a Secretária de Educação queiram fazer
de nossos alunos uma população de pesquisadores. Hoje, em nível universitário,
carecemos muito ainda de docentes com mestrado e doutorado. Ainda mais que
aqueles profissionais que concluem o seu
doutorado raramente querem dar
aula na graduação. É de praxe que aqueles profissionais, ao cursarem o
doutorado, vão trabalhar na área de especialização "lato sensu" ou
"stricto sensu", no caso, pós-graduação simples, ou na área de
mestrado; dificilmente, esses docentes vão dar aula no curso de graduação.
Eu perguntaria à população:
- Será que esses profissionais, com
doutorado e mestrado, vão querer dar aulas para alunos do antigo 1º e 2º Graus?
(Agora a nova LDB mudou a nomenclatura.)
Tenho certeza de que não. Então, mais uma vez, apareceu um engodo em
nosso Estado. O que me preocupa é que todo mundo cala, com exceção do segmento
do magistério. Mais uma vez, os meios de comunicação estão achando que essa é
uma solução plausível. Mas não é. Temos certeza que a médio e curto prazo isso
será altamente nocivo ao magistério; fazendo com que os profissionais sejam
mais desestimulados. Se hoje temos
dificuldades em fazer com que os nossos docentes cursem uma especialização, imaginem a dificuldade em
fazer mestrado ou doutorado. Até porque quem paga o custo da especialização é o
próprio professor. Não sei se o Estado está disposto a arcar com este ônus. Vou
mais longe, acho que o Estado não sabe o que significa um curso de mestrado ou
doutorado.
Portanto, gostaríamos de
deixar nesta Casa a nossa tristeza e estranheza. E lastimar que este projeto
tenha sido aprovado. Porque não temos nenhuma dúvida de que isso vai ser um
desestímulo ao magistério.
Lastimamos, ainda, que não
está previsto concurso a curto prazo, está prevista contratação emergencial.
Mais uma vez, vão fazer com que profissionais ocupem por um período curto o
espaço, dando aulas, mas sem garantia e sem vínculo empregatício.
Oportunamente vamos falar do
trabalho temporário, aprovado lá em Brasília. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
Com a palavra a Vera. Maria do Rosário em Comunicação de Líder pelo PT.
A SRA. MARIA
DO ROSÁRIO: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores. Queremos trabalhar, aqui, o ocorrido de ontem
para hoje, acerca da liminar concedida pelo Poder Judiciário sobre o Parque de Eventos.
Dizer primeiro que sou
professora, mas meu trabalho como Vereadora de Porto Alegre e a função que
exercemos, e todos nós a exercemos com dedicação, já me trouxe a clareza do que
significa uma liminar.
Em nome do PT transmito aos demais colegas Vereadores, que
não são do PT, é o caso de nos adiantarmos nesse debate. Ocorre que, uma
liminar não é, Srs. Vereadores, uma determinação judicial sobre o mérito da
questão. Uma liminar, como a que foi concedida pelo Poder Judiciário, é
tão-somente uma precaução para que se estabeleça o que é direito, para que
nenhuma das partes tenha prejuízo. E, portanto, a minha linha de argumentação,
Srs. Vereadores, é no sentido de que nós não adiantemos aqui os nossos
argumentos, pois que o Município de Porto Alegre, em nome da nossa população, e
como seu representante para essa
questão plenamente autorizada, como consideramos o Poder Executivo, estará
brevemente entrando, através da nossa Procuradoria com um agravo de
instrumento no sentido da reavaliação do Poder Judiciário. Pois
sabemos, temos absoluta convicção de
que estamos agindo dentro da legalidade e dentro do interesse público.
Acerca do mérito, Srs.
Vereadores, muito se fala sobre se competiria, se seria atribuição do
Executivo, sua obrigação, enviar a Câmara de Vereadores um projeto solicitando autorização desta Casa para a
construção desse equipamento de lazer, desse equipamento de eventos no Parque
Marinha. Acredito Srs. Vereadores, que existe aqui uma confusão estabelecida entre o que é um parque urbano
e o que é um parque natural. Um parque natural sobre ele existe determinações claras no sentido à
preservação do meio ambiente, como elemento fundamental. Em um parque urbano,
ao lado das questões relativas a preservação do meio ambiente que são o compromisso e um trabalho desenvolvido
pela Administração Municipal, gerenciado pela nossa Secretaria Municipal do
Meio Ambiente, existe a necessidade de
que nele sejam colocados equipamentos para o lazer, equipamentos urbanos. O
nosso Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano, e a legislação que complementa
com a Lei 2068, estabelece justamente essa distinção. No Parque Marinha do
Brasil com suas características de
parque urbano trabalha os dois
elementos: o da preservação, o do contato com a natureza que o homem, a
família, as crianças, precisam ter. Temos isso não só no Parque Marinha do Brasil,
assim como na Redenção e no Parcão. Mas esses equipamentos todos, Marinha do
Brasil, Parcão e Redenção têm também
elementos de parque urbano, ou seja,
equipamentos de lazer.
E aqui, quanto a uma pista
de eventos, Srs. Vereadores, nós estamos em dívida com a Cidade, e o Executivo
quer e tem poder para cumprir a sua
proposta, que é majoritária nesta Casa e na sociedade, para que Porto Alegre
tenha uma pista de eventos. Acreditamos que muitos debates têm sido feitos e
isso é importante. Fizemos uma audiência pública com Vereadores de diferentes
partidos desta Casa e lá pudemos observar o desejo da população de Porto Alegre
para que o mais rápido possível tenhamos uma pista de eventos que coloque o
carnaval de Porto Alegre e os demais eventos a altura da capital do Estado.
Portanto, Srs. Vereadores, a
nossa solicitação, em nome do PT, é para que não se adiantem os argumentos, uma
liminar é tão-somente uma liminar e, ao final desse processo, a população de
Porto Alegre ganhará, porque terá a compreensão de toda a sociedade, assim como
já tem de boa parcela, da importância da Pista de Eventos.
(Não revisto pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE: Havendo quórum, entramos na
ORDEM DO DIA
Requerimento nº 02/98, de
autoria do Ver. João Dib, solicitando que seja realizada no dia 07 de maio do
corrente ano, uma Sessão Solene para homenagear o Dia das Mães. Eu solicito ao
Ver. João Dib, e como já existe uma resolução na Casa determinando que haja
homenagem às mães, e para que ele não perca a sua possibilidade de indicar mais
uma Sessão Solene neste ano, nós colocamos para a Mesa para que V.Exa. tenha o
espaço aberto para indicar uma outra Sessão. Se V.Exa. permitir, nós tomaremos
essa providência.
Colocamos em votação o Requerimento
do Ver. João Dib. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam
sentados. (Pausa.) APROVADO.
Requerimento nº 03/98, de
autoria da Vera. Anamaria Negroni, solicitando que o período do Grande
Expediente do dia 04 de março do corrente seja destinado para a realização de
Sessão em homenagem ao Dia Internacional da Mulher.
A Mesa sugere a Vera.
Anamaria Negroni, já que o Dia Internacional da Mulher também consta de uma
Resolução da Casa determinando que esta homenagem seja realizada, para que V. Exa.
também não perca o seu direito de indicar mais uma participação no Grande
Expediente, que nós o tornemos, como da Mesa.
A SRA. MARIA
DO ROSÁRIO: Eu
gostaria de fazer um adendo ao Requerimento da Vera. Anamaria Negroni. Eu
também tinha um Requerimento dessa natureza, que entrou no Protocolo após,
portanto, reconhecendo a primazia da Vereadora, eu gostaria, no entanto, de
solicitar que, se fosse possível, nós agendássemos uma outra data, no sentido
de participarmos, em conjunto, das atividades
que a Cidade está promovendo.
Então, para o calendário
oficial acerca do 8 de março, que a Cidade está produzindo, nós poderíamos
fazer as atividades no dia 9, que é segunda-feira, um dia após o 8 de março,
que é domingo.
Eu pergunto a Ver. Anamaria
Negroni se ela concordaria com essa possibilidade de mudarmos a data. Já
consultei o Setor de Relações Públicas
e há essa possibilidade.
O SR.
PRESIDENTE:
Eu retiro o que foi dito, Vera. Anamaria Negroni. Estou verificando aqui que,
muito embora nós pensássemos que houvesse uma resolução neste sentido,
determinando a homenagem ao Dia Internacional da Mulher, não existe essa
Resolução. Então, fica ocupada a data por V. Exa. que pede o direito a uma
outra indicação. Se a Vera. Maria do Rosário quiser assinar também junto com V.
Exa., V.Exas. ficariam ocupando juntas a data possível para os Vereadores.
A SRA.
ANAMARIA NEGRONI: Sr. Presidente, nós já tínhamos conhecimento que não havia resolução,
exatamente por isso no dia 2 de janeiro estivemos aqui, solicitando essa data,
porque a nós interessa homenagear as mulheres, como já o fizemos no ano
passado, quando tivemos problemas em relação a isso com Vereadoras desta Casa,
que deram depoimentos diferentes, de falsidade, inclusive.
Eu faço questão de ser a
proponente dessa matéria e no dia 2 de
janeiro eu estive nesta Casa trabalhando sobre essa proposta quando entrei com
ela. Eu gostaria que houvesse um consenso para que não seja somente esta
Vereadora a proponente, embora a Vera.
Maria do Rosário tenha solicitado posteriormente, não foi no dia 2 de janeiro.
Eu já venho sido perseguida há bastante tempo nesta Casa, Sr. Presidente, por
isso mesmo eu faço questão de ser a única proponente. Se houver consenso no
bloco de Vereadores da Casa, aí sim, caso contrário, eu gostaria de ser a única
proponente. Desculpem, mas eu faço questão. Muito obrigada.
A SRA. MARIA
DO ROSÁRIO: Sr. Presidente, eu quero manter a minha
solicitação, buscando a compreensão e o diálogo, para que possamos chegar, as
cinco Vereadoras, a uma possibilidade. Somos cinco mulheres representando as
diferentes Bancadas, temos uma convivência de respeito com a companheira do
PSDB.
A SRA.
ANAMARIA NEGRONI: Não é verdade!
O SR.
PRESIDENTE: O
Requerimento da Ver. Anamaria Negroni está em votação, se não houver nenhuma
manifestação da Vereadora, suspendendo-o. Requerimento sugere a homenagem ao
Dia Internacional da Mulher para o dia 4 de março.
O SR.
PRESIDENTE: A Sra. Maria do Rosário está com a palavra
para encaminhar.
A SRA. MARIA
DO ROSÁRIO: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, o dia 8 de março merece mais do que isso, esse
dia marca a data de mulheres trabalhadoras que morreram na indústria têxtil,
nos Estados Unidos, quando lutavam pela redução da jornada de trabalho para
oito horas diárias. Oito horas diárias é bastante para se trabalhar, elas
trabalhavam 10, 11, 15, e não trabalhavam somente dentro da legislação
trabalhista que conhecemos no dia de hoje. No mundo inteiro a Conferência de
Pequim mostrou que as mulheres permanecem sob a égide da exploração e da
violência. O dia oito de março merece, por ser uma data internacional que não
seja transformada na perspectiva do brilho pessoal de quem quer que seja.
Em Porto Alegre estamos
construindo um oito de março com toda a sociedade, mulheres negras, clubes de
mães, sindicatos, professoras, secretárias, telefonistas, operárias. Estamos
querendo que este oito de março
marque a violência contra a mulher em
toda a sociedade e especialmente pela cultura que leva essa violência, Ver. Eliseu Sabino, para
dentro de cada casa.
Aqui, Srs. Vereadores,
queremos dizer que esta violência marca
as mulheres, independentemente da cor, idade, classe social, em que pese as
mulheres trabalhadoras, que sofrem de forma particular a ausência de equipamentos públicos, mesmo tendo sido
absorvidas pelo mundo do trabalho.
Quero anunciar com dor que
ouvi nesta manhã, o pronunciamento de uma Vereadora negando-se a compor o oito
de março como uma data de toda a Câmara Municipal. Se assim for feito, de forma
oficial, não estaremos impedidos, porque temos representatividade suficiente
para fazermos o nosso oito de março na praça, nas ruas, com quem trabalha,
fazendo com que as mulheres tirem esse grito de dentro de si, para que digam que queremos construir uma sociedade feliz e que denunciem os
crimes cometidos nesta época contra as mulheres, homens, crianças e suas
famílias.
Portanto, Srs. Vereadores,
fiz uma solicitação e reconheci que a Vera. Anamaria Negroni ingressou antes no
Protocolo. Disse para a Vereadora que queria somar-me, assim como, tenho
certeza, todas as Vereadoras da Casa, e pedi uma nova data. Se a Vereadora não
tem essa compreensão, se ela faz falsas acusações, peço que esta Mesa seja
bastante rigorosa, pois temos uma vida pública a zelar e não tolerarei excessos
verbais contra quem quer que seja neste
Plenário. No entanto, Sr. Presidente, quero dizer que estou protocolando,
imediatamente, um Projeto de Resolução constituindo o oito de março numa data
coordenada pela Mesa da Casa e pelo conjunto dos Vereadores, pois não aceito -
e a nossa Bancada não aceita - que nos roubem o espírito de unidade, de
fraternidade, de solidariedade e de luta que as mulheres marcaram há mais um
século, perdendo as suas vidas nos Estados Unidos. Portanto, com esse anúncio,
concluo o meu pronunciamento, declarando a minha abstenção quanto à solicitação
da Vera. Anamaria Negroni por considerar a falta de diálogo o principal pecado
de um parlamentar, e a falta de humildade o principal pecado de quem representa
o povo. Muito obrigada.
(Não revisto pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE: Com
a palavra a Vera. Anamaria Negroni para encaminhar.
A SRA.
ANAMARIA NEGRONI: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, para dar continuidade a esse
pronunciamento demagógico que nós tivemos, neste momento, aqui nesta Casa, dia
oito de março realmente merece mais do que isso, mais do que demagogia, Vera.
Maria do Rosário, mais do que isso.
(Aparte anti-regimental.)
Eu não aceito apartes anti-regimentais de V.Exa., como não o fiz
enquanto V.Exa. estava aqui na tribuna. Soube ouvi-la, cada palavra e não vou
aceitar nenhum dos seus apartes anti-regimentais, os quais V.Exa. faz valer
toda vez, aqui nesta Casa, buscando a mídia, buscando o “marketing” político,
pois essa é a vossa maneira de fazer política. As mulheres trabalhadoras, as
mulheres discriminadas, sim, merecem uma homenagem nesta Casa, mas não uma
homenagem demagógica. Eu quero dizer que jamais me senti discriminada como
mulher. Sempre trabalhei contra qualquer tipo de discriminação. Sempre disse
que tenho condições morais para isso porque sou mulher não discriminada: não
sou negra, não sou pobre, não sou homossexual. Então, posso defender essas
classes discriminadas sempre que possível, e sempre vou fazê-lo. Porém, nesta
Casa eu me sinto discriminada desde que aqui entrei. Não pelos homens, não
pelos Vereadores desta Casa, mas por uma mulher, uma mulher que desde o meu
primeiro discurso me discriminou. Tenho provas disso. Em vários discursos nesta
Casa, em vários pronunciamentos, inclusive no ano passado quando esta Vereadora entrou com esse mesmo pedido,
houve esse mesmo problema.
Não, Senhoras e Senhores
Vereadores, Senhoras e Senhores que nos assistem em casa, eu não quero brilho
nenhum no dia quatro de março, apenas me foi solicitado, na outra vez, fazer,
aqui, uma homenagem às mulher no Dia Internacional da Mulher. Tomara, que nós
venhamos a fazer esta homenagem por poucos anos. Que nós consigamos, como mulheres ou como pessoas
discriminadas - negros, homossexuais, enfim - não ter mais dia do negro, dia
mulher, etc. Não! Vai chegar o dia em que nós teremos mais igualdade, mais
cidadania.
Eu gostaria de dizer que
declarou, aqui, a Vera. Maria do Rosário, que faltou diálogo de minha parte.
Não! Pelo contrário! Quando entrei nesta Casa, no ano passado, entrei de peito
aberto - é a minha maneira de ser - e cheia de amor para dar como eu dou em
todos os lugares onde eu estou. E assim como eu estou no “Country Club”, estou
na SOGIPA, estou nas vilas e todo mundo sabe disso; que tenho trânsito em todas
as camadas sociais. No entanto, aqui eu fui discriminada. Tenho provas, e
muitas provas disso, através dos Anais da Casa.
Tenho aqui um jornal de
bairro, onde a Vera. Maria do Rosário colocou que havia sido a proponente da
Sessão Solene desta Casa. Ela sim fez “marketing” e brilhou nessa entrevista,
inclusive com a sua foto e não com a minha, pois fui eu que entrei com essa
proposta. E não foi no sentido de brilhar. Ela sim fez isso. E eu denuncio isso
aqui na tribuna, porque tenho cópia desse jornal. Muito obrigada.
(Não revisto pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE: O
Ver. Carlos Garcia está com a palavra para encaminhar.
O SR. CARLOS
GARCIA: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, eu vejo que, independente de data, quatro ou seis,
o mais importante é que se faça a homenagem ao “Dia Internacional da Mulher”. E
eu, em conversa paralela com o nosso Presidente, dizia que parece que isso aqui
é uma briga não pela paternidade, mas pela maternidade: quem seria o autor do
Requerimento. Eu sugiro que as duas parlamentares sentem e cheguem a um
consenso, até porque o “Dia Mundial da Paz” foi dia 1º de janeiro. E nós vamos
estar todos aqui celebrando o “Dia Internacional da Mulher”. Eu volto a
insistir que não é questão de paternidade e, sim, de maternidade. Que as duas
sentem e haja consenso ou, pelo menos, bom senso. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: O
Ver. Paulo Brum está com a palavra, encaminha pela Bancada do PTB.
O SR. PAULO
BRUM: Peço
autorização para encaminhar daqui da minha mesa, porque não temos acesso à
tribuna e, com certeza, a nova Presidência vai providenciar o acesso do
deficiente físico à tribuna.
Sr. Presidente, Srs.
Vereadores. Conversando com meu colega de Bancada, Ver. Eliseu Sabino, informo
que a Bancada do PTB vai-se abster da votação, até porque é um assunto de
extrema importância essa homenagem ao “Dia Internacional das Mulheres”. Como
temos, na Casa, além da Vera. Anamaria Negroni, mais quatro parlamentares do
sexo feminino, achamos que deveria haver um consenso entre as cinco na escolha
do melhor dia, para fazer uma homenagem às mulheres.
Por isso, a Bancada do PTB vai-se abster dessa
votação. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE:
O Ver. João Dib está com a palavra para encaminhar.
O SR. JOÃO
DIB: Sr.
Presidente e Srs. Vereadores. Todos os dias são os dias da mulher; todos os
dias são os dias do homem; todos os dias são os dias da criatura humana.
Infelizmente, nem sempre isso acontece.
A Vera. Anamaria Negroni, no
dia dois de janeiro, protocolou uma solicitação para que no “Dia Internacional
das Mulheres”, dia oito de março, elas fossem homenageadas, nesta Casa, no
período do Grande Expediente. É normal que isso ocorra. Logo após a Vera. Maria
do Rosário fez uma proposição. A Mesa
quis encampar a proposição, que a autoria fosse da Mesa, evidentemente,
preservados os direitos da Vera. Anamaria Negroni, para que as mulheres fossem
homenageadas. Mas a homenagem começou mal.
Eu, também, no dia dois de
janeiro protocolei, como faço todos os anos, uma solicitação de Sessão Solene
para homenagear as mães. Faço isso há 20 anos e vou continuar fazendo enquanto
puder.
Mas a homenagem começou mal;
muito atrito entre as mulheres.
Sr. Presidente e Srs.
Vereadores, o que me traz à tribuna é que acho que o Regimento da Casa deveria
diminuir o número de homenagens ocupando o Grande Expediente e as Comunicações.
Por que digo isso? É o tempo que temos para discutir as coisas políticas da
nossa Cidade, as deficiências, anseios da nossa coletividade e não o podemos usar. E somos obrigados, na
maioria das vezes, a alterar os rumos da Sessão que termina não fazendo a Ordem
do Dia.
Então, Sr. Presidente, quero
lembrar a V. Exa. e ao Plenário que no ano passado, no dia 22 de novembro,
Independência do Líbano, que V. Exa, eu e o Ver. Fernando Záchia, todos com
ascendentes árabes, fizemos uma homenagem ao Líbano sem que houvesse nenhuma
solicitação, nenhum requerimento, usando os três tempos de Liderança e
homenageamos o nosso Líbano, a Suíça do Oriente. Isso poderia ser feito sempre,
há nove períodos de liderança, se três ou quatro oradores usarem esse período
faremos todas as homenagens que se fizerem necessárias, por todo o tempo nesta
Cidade.
Então, é isto que acho que deve acontecer. Vou votar
favoravelmente ao Requerimento da Vera Anamaria Negroni, porque foi o primeiro
colocado e porque vai homenagear as mulheres. E como disse, hoje também é dia
das mulheres, só que começou mal, mas pode melhorar. Saúde e paz.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: A Vera. Anamaria Negroni está com a palavra
para encaminhar como autora.
A SRA.
ANAMARIA NEGRONI: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. Eu volto a esta tribuna para colocar
que, infelizmente, ocorreu esta situação nesta casa, sendo que esse não era o
nosso propósito quando fizemos essa solicitação para homenagear as mulheres no
dia quatro de março deste ano, em comemoração ao “Dia Internacional da Mulher”.
Porém, veio à tribuna a Ver. Maria do Rosário, que vem me perseguindo desde que
eu entrei nesta Casa, em uma atitude discriminatória, que como já disse, tenho
como comprovar. E eu me coloco Sr. Presidente ...
A SRA. MARIA
DO ROSÁRIO (Questão de Ordem): Sr. Presidente, com todo respeito a esta Casa, e à
Vereadora que está na tribuna, esta Vereadora está sendo acusada de algo que,
absolutamente, é subjetivo e não tem comprovação. Portanto, as acusações que a
Vera. Anamaria Negroni está fazendo, eu gostaria que V. Exa. fosse zeloso quanto
a elas, no sentido de que, ou se estabeleçam argumentos comprobatórios, ou não
sejam feitas dessa forma. Quero apelar à oradora da tribuna para que possamos manter um grau de relacionamento
que possa ser o de trabalharmos juntos pela Cidade. É nesse sentido. Eu acho
que não cabem acusações.
O SR.
PRESIDENTE:
Eu solicito a V. Exa que o encaminhamento
seja feito em relação ao Requerimento. E peço a V. Exa que não se dirija diretamente a Vereadora no Plenário.
A SRA.
ANAMARIA NEGRONI: Eu apenas gostaria de responder à Questão de Ordem da Vereadora. Admira-me muito a maneira humilde com que
ela faz às colocações, porque não é assim que ela tem se portado comigo. Eu
tenho muitas provas disso, os Anais comprovam isso.
O SR.
PRESIDENTE: Vereadora,
eu solicito a V.Exa. que o tempo seja ocupado para encaminhar o Requerimento.
A SRA.
ANAMARIA NEGRONI: Se nós, como proponentes, se queremos brilho ou não, eu penso que a
própria resposta está no segundo Requerimento individual da Vereadora. Se eu
requeri individualmente, a Vereadora também (e não em nome da sua Bancada).
Outra prova disso se faz através do próprio projeto que ela colocou aqui. Em face da colocação dos Vereadores desta Casa e para comprovar que
não queremos brilhar, mas queremos homenagear a mulher nesta Casa, esta
Vereadora, como proponente deste Requerimento, aceita a proposta da Mesa, no
sentido de fazer com que esse dia seja homenageado pela Casa e que as cinco
Vereadoras sejam proponentes.
Acredito que foi bom, foi
salutar, essas manifestações aqui para vocês, eleitoras de Porto Alegre,
conhecerem um pouquinho mais do que se passa aqui nos bastidores desta Casa.
Muito obrigada.
(Não revisto pela oradora.)
O SR.
PRESIDENTE:
Vera. Anamaria Negroni, este Vereador pensava que tivéssemos uma Resolução na
Casa determinando um dia para homenagear o “Dia Internacional da Mulher”, mas
constatamos que ainda não existe essa resolução e, portanto, o que faremos,
neste instante, é colocar em votação o seu Requerimento, que solicita que no
dia quatro de março a mulher seja
homenageada.
A SRA.
ANAMARIA NEGRONI: Sr. Presidente, eu continuarei com a minha proposta para que todas as
Vereadoras assinem comigo esse Requerimento. Não gostaria de mudar a data, pois
sempre se homenageia antes ou na data, e nunca após. Nesse ponto eu
divirjo da Vera. Maria do Rosário, no
sentido de homenagear as mulheres após esse dia. Eu ainda fico com o dia quatro
de março.
O SR.
PRESIDENTE: Em
votação o Requerimento da Vera. Anamaria Negroni, para que as outras Vereadoras
também possam assiná-lo, no sentido de fazer com que a homenagem se dê no dia
quatro de março. Eu solicito que a votação seja nominal. (Após a chamada.) REJEITADO por 02 votos SIM, 03 votos NÃO e 07 ABSTENÇÕES.
O SR. CLOVIS
ILGENFRITZ (Esclarecimento): O assunto está resolvido, mas a minha questão de
esclarecimento, até para fins de outras votações, no caso das abstenções serem
maioria, o projeto é rejeitado?
O SR.
PRESIDENTE:
Não. As abstenções somam-se aos não. De acordo com o Parecer da Comissão de
Justiça, exarado pelo Ver. Elói Guimarães, aprovado por aquela Comissão.
Inclusive, nós acreditamos que a Comissão poderia rever esse Parecer, já que
ele foi dado, acredito, que há dois anos. Mas é esse Parecer que está regendo
as votações da Câmara.
Em votação Requerimento nº
04/98, de autoria da Vera. Maria do Rosário solicitando que seja realizado no
dia sete de abril, deste ano, terça-feira, às 19 horas, uma Sessão Solene para
homenagear os 10 anos do programa Câmara 2, veiculado pela TV Guaíba.
A Mesa se sentiria honrada
em também fazer essa homenagem a esse programa.
A SRA. MARIA
DO ROSÁRIO: Sr.
Presidente, sabendo que outro Vereador ingressou com Requerimento semelhante,
como esse é um desejo da Casa, se for possível, talvez a Mesa Diretora faça
esse Requerimento. Se não for possível essa Vereadora mantém o seu Requerimento.
O SR.
PRESIDENTE: Estamos adotando o Requerimento de V. Exa.,
se não houver nenhum óbice da Mesa Diretora faremos com que essa homenagem seja
de toda a Casa.
O SR. CARLOS
GARCIA (Questão de Ordem): Se for votado esse
Requerimento, ele será contado dentro da quota da Vereadora.
O SR. CLOVIS
ILGENFRITZ (Questão de Ordem): Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o Requerimento não
teve início do processo de votação, ele está sendo apregoado pela Mesa, ele
pode ser retirado. Mas, para que haja um Requerimento da Mesa, ele não pode
permanecer. O Requerimento da Mesa pode
ser feito agora, ou na próxima Reunião da Comissão Representativa.
O SR.
PRESIDENTE: Se
os Srs. Vereadores concordarem, o Requerimento
da Vera. Maria do Rosário, que está sendo retirado, será
transformado por um requerimento da
Mesa, se assim for o entendimento da Vereadora.
A SRA. MARIA
DO ROSÁRIO:
Sr. Presidente, não gostaria de
retirá-lo. Gostaria de ter a assinatura de todos os colegas Vereadores e
gostaria que fosse uma homenagem de toda a Casa. Gostaria, inclusive, que Vossa
Excelência fosse signatário. Não quero retirá-lo e, sim, mantê-lo como
homenagem de toda a Casa.
O SR.
PRESIDENTE: Fica
o Requerimento na cota de Vossa Excelência e uma homenagem da Casa ao Programa
“Câmera Dois”.
Em votação o Requerimento da
Vera. Maria do Rosário. Está com a palavra o Ver. Isaac Ainhorn, para
encaminhar.
O SR. ISAAC
AINHORN:
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, antes de mais nada quero saudar a iniciativa
da Vera. Maria do Rosário, neste
momento, endossada pela Mesa Diretora
dos trabalhos que assume a autoria dessa iniciativa de prestar uma homenagem
pelos dez anos do programa “Câmera
Dois”. Esse Requerimento veio em um momento oportuno em que o questionamento
sobre o papel dos meios de comunicação social torna-se, cada vez mais, presente
nos debates que envolvem a divulgação dos trabalhos parlamentares e da vida da Cidade e, sobretudo, representa
a reflexão maior sobre a natureza dos programas locais e do interesse das
pessoas sobre a programação local.
Sinto-me muito à vontade
para fazer essas manifestações, até porque fui um dos pioneiros e dos
participantes iniciais desse programa que representou uma mudança no perfil da
televisão gaúcha, na medida em que o “Câmera Dois” foi o pioneiro dos programas
locais , de ênfase às questões da Cidade, da capital de Porto Alegre, da região
metropolitana e dos problemas do Estado do Rio Grande do Sul. Um programa que
trata desses assuntos, abrindo espaço a todas as correntes de pensamento, e é
por isso que nós comparecemos à tribuna para registrar a importância da
iniciativa da Vera. Maria do Rosário.
Não há dia desse programa, que funciona de segunda a sexta-feira, que teve a
iniciativa do jornalista Clóvis Duarte da Silva, Cidadão de Porto Alegre, por
iniciativa deste Vereador e homologado
pelo conjunto da Casa, não há dia que não haja Vereadores participando do programa e dando entrevistas
sobre os problemas da Cidade, problemas do Estado e nacionais, com ênfase às
questões locais. Inclusive, as presença em quadros permanentes, semanais de
Vereadores desta Casa, este Vereador, a Vera. Maria do Rosário que comparece
todas as terças-feiras e o Ver. Antonio Hohlfeldt; o que não representa que os
outros Vereadores não lá compareçam para dar entrevistas. Nesta semana, esteve
o Presidente desta Casa, Ver. Luiz Braz, dando uma entrevista dos seus projetos
como Presidente do Legislativo da Cidade de Porto Alegre. Hoje, temos um fato
novo, pioneiro e que teve a feliz iniciativa do Ver. Clovis Ilgenfritz da
Silva, que foi, como o dizer do Ver. Elói Guimarães um "canhão" em
termos de comunicação social, de abertura desta Casa para o conjunto da
sociedade que foi a implantação da TV a cabo aqui, na Câmara Municipal de Porto
Alegre. Outras instituições, outros parlamentos nacionalmente não conseguiram,
ainda, em outros estados e, aqui mesmo, no Rio Grande do Sul, não tiveram essa
iniciativa e a iniciativa deve ser saudada pela importância que tem esse tipo
de divulgação também pela mídia, pela TV a cabo que ganha, hoje, no Estado um
papel muito significativo, e que em outros países de primeiro mundo, como os
Estados Unidos, tem uma importância fundamental, por isso nós ligamos todos
esses elementos. O programa “Câmera Dois”, e os outros programas que estão aí,
como a própria TVCOM, que hoje é um canal comunitário dessa grande rede de
emissoras de comunicação que é a Rede Brasil Sul e que é reconhecida por todos
os segmentos partidários com assento nesta Casa. Aí está um trabalho
comunitário de importância e que dá um sentido maior ao trabalho que
realizamos, porque se não existisse a divulgação do nosso trabalho e a
transparência expressa, não conseguiríamos realizá-lo da forma como o realizamos.
Por isso é importante esse Requerimento, que passou a ser, neste momento, de
toda a Casa. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: Colocamos
em votação o Requerimento da Vera. Maria do Rosário. Os Srs. Vereadores que o
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Em votação o Requerimento nº
05/98, de autoria do Ver. Lauro Hagemann, que solicita Sessão Solene no dia 23
de abril do ano em curso para homenagear os cinqüenta anos de fundação do
CTG-35, pioneiro do Movimento Tradicionalista Gaúcho. (Pausa.) Os Srs.
Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Requerimento nº 12/98, de
autoria do Ver. Adeli Sell Requerimento, de autoria do Ver. Adeli Sell, que
solicita seja encaminhada Moção de Solidariedade à Associação dos Serviços
Municipais de Águas e Esgoto, à Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e
Ambiental, à Federação Nacional dos Urbanitários e à Associação das Empresas de
Saneamento Básico Estaduais, pela sua luta, campanha e mobilização em defesa da
manutenção das verbas de financiamento aos projetos de encaminhamento da Caixa
Econômica Federal, já tendo conseguido abertura junto ao Governo para reverter
o atual quadro. Em votação. O Ver. Adeli Sell está com a palavra para
encaminhar.
O SR. ADELI
SELL: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, fiz essa proposição porque nós tivemos nos últimos
dias importantes debates aqui nesta Casa sobre a grave situação que vivem
muitos municípios quando enfrentam fortes chuvas. Foi o que aconteceu com a
nossa própria Capital.
Ontem o Diretor do DEP,
Vicente Rauber, esteve aqui e explicou quais foram as atividades e os
investimentos realizados pelo Departamento de Esgotos Pluviais de Porto Alegre;
colocou as dificuldades advindas após o governo Collor de Melo, quando do
abandono do DNOS, quando a Capital gaúcha ficou à mercê de situações como a
ocorrida recentemente, devido às fortes chuvas. O Poder Público Municipal,
portanto, teve de assumir todo o trabalho nessa área de esgotos pluviais, com
dificuldades. E nós, aqui nesta Casa, entendemos essas dificuldades, porque, no
ano passado, nós votamos, por unanimidade, todos os financiamentos
pró-saneamento propostos pelo Poder Público Municipal. Esta Casa, por
unanimidade, teve a compreensão de que se tratava de um problema da Cidade, não
se tratava de uma questão do PT, não se tratava de uma questão da Administração
Popular. O que se trata é de uma preocupação com Porto Alegre. Juntaram-se a
Porto Alegre e outros municípios, várias entidades, as quais nominei nessa moção,
porque talvez foram essas entidades, mais do que algumas Prefeituras, que
tiveram os seus financiamentos suspensos, que batalharam, e continuam
batalhando, mobilizadas, para que tenhamos a liberação desse financiamento.
A minha Moção é de solidariedade por essa luta, e pela
continuidade dessa luta. Graças a isso, o Governo Federal já apontou a
possibilidade de fazer com que a Caixa Econômica Federal libere os
financiamentos nessa área de saneamento. Mas não é uma decisão conclusiva do
Governo Federal e da Caixa Econômica Federal.
Nós, com essa moção, queremos fazer com que haja maior incentivo,
para que essas entidades continuem a lutar pela liberação dos financiamentos
pró-saneamento que esta Casa já aprovou.
Portanto, essa é uma luta desta Câmara e da Cidade de Porto
Alegre. Por isso, peço o apoio dos Srs.
Vereadores, e que essa Moção vá para o Presidente da República e,
particularmente, para o Sr. Sérgio Cutolo, Presidente da Caixa Econômica
Federal. Muito obrigado pelo seu apoio.
(Não revisto pelo orador.)
O SR.
PRESIDENTE: Em votação o Requerimento de autoria do Ver.
Adeli Sell. Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Em votação o Requerimento nº
13/98, de autoria dos Vereadores Renato
Guimarães e Clovis Ilgenfritz, que solicita
Moção de Repúdio, à aprovação, pelo Congresso Nacional, do contrato
temporário de trabalho e do Banco de Horas, e que seja oficiado ao Presidente
da República, à Presidência do Senado, à Câmara dos Deputados, às centrais
sindicais e aos meios de comunicação. Com a palavra o Ver. Renato Guimarães,
que encaminha como autor.
O SR. RENATO
GUIMARÃES:
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, tivemos nesta semana mais um triste episódio
da história brasileira. O que os trabalhadores, os lutadores sociais vinham
construindo em anos, foi destruído, por aprovação, no Congresso Nacional, na
Câmara e no Senado, do que se diz contrato temporário de trabalho.
É importante ressaltarmos
que essa aprovação foi diferente das demais propostas que o Governo Federal
encaminhou ao Congresso Nacional, não foi por ampla maioria que o Governo
Fernando Henrique Cardoso teve aprovação desta proposição que vem prejudicar os
trabalhadores, tirando direitos consagrados dos trabalhadores na legislação
brasileira. O bloco de oposição, partidos PT, PDT, PSB, PPS, o conjunto dos
partidos se somaram e colocaram
contraposição a esta medida que vem mostrar a quem responde o Governo do
Presidente Fernando Henrique Cardoso. Não atende às necessidades dos
trabalhadores brasileiros, atende, sim, às necessidades dos grandes
empresários, dos grandes monopólios, dos ricos deste País, e não dos
trabalhadores, e não da classe empobrecida deste País.
É interessante colocar que
este ano de 98 é um ano eleitoral, portanto a população brasileira está
acostumada, nestes períodos, a ser interceptada por remédios milagrosos. A
sociedade brasileira vem tratando de um problema sério, o desemprego, e, num
ano eleitoral, o Presidente Fernando Henrique Cardoso apresenta um remédio
milagroso para o desemprego : o contrato temporário de trabalho.
Vamos observar o que esse
remédio milagroso causou em dois países
onde foram aplicados, Espanha e Argentina. O que gerou na Espanha? Gerou um
aumento da taxa de desemprego, que era de 3,8 e passou para 19.6%. É o mais
alto índice de desemprego da Europa. Hoje o contrato temporário de trabalho na
Espanha atinge 94 % dos contratos feito com os trabalhadores. Setenta por cento
dos contratos de trabalho na Espanha duram menos que três meses. Mas não vamos
ficar com a Europa, vamos ficar com a América Latina. Na Argentina o mesmo
contrato de trabalho foi aplicado, o
mesmo remédio milagroso que o Presidente Fernando Henrique Cardoso está
propondo foi aplicado na Argentina. O que causou? Causou aumento na taxa de desemprego e uma rotatividade tremenda
dos trabalhadores, que não ficam mais do que seis meses nos seus empregos e são
demitidos. Foi isso que causou. Então,
é demagogia desse Governo aprovar esse contrato temporário de trabalho, porque
no ano de 1999 nós veremos as conseqüências. Vai ser, sim, uma bandeira para a
campanha do Presidente do Fernando Henrique, mas vai ser uma desgraça para os
trabalhadores deste País a aprovação desse contrato.
É interessante esta Câmara,
uma Câmara atuante como a nossa de Porto Alegre, aprovar uma Moção de Repúdio a
que eu chamo de mais uma grosseria
desse Governo com os trabalhadores do País. Porque o Governo não ouve o nosso
grito por reforma agrária, não ouve o nosso grito por frentes de trabalho para
enfrentar o desemprego e apresenta uma proposta lamentável, que na Europa, na
América Latina, já teve os seus efeitos desastrosos. O Presidente Fernando
Henrique Cardoso aplica o receituário
do neoliberalismo como uma cartilha que ele não consegue ler as conseqüências.
Infelizmente, o nosso Presidente não tem a capacidade de fazer essa leitura e
de não deixar que essas coisas ocorram. Muito obrigado.
(Não revisto pelo orador. )
O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a palavra para encaminhar.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu dizia em anterior pronunciamento
realizado hoje que a vida é feita de momentos. Bons momentos, maus momentos,
momentos extraordinários e momentos de glórias. E agora eu estou vivendo um
momento de satisfação. Há exatamente uma semana a palavra deste Vereador foi
colocada em dúvida porque queria uma Moção de Repúdio não a uma pessoa, mas a
uma declaração de uma pessoa, que envolve a própria Câmara Municipal. A mim foi
solicitado, Sr. Presidente, que eu documentasse. Está aqui o documento. Vai ser
degravada a fita e vai ser documentado onde a própria Câmara é atingida pela
insanidade de uma declaração. Agora, vota-se uma Moção de Repúdio ao Presidente
da República. Por certo, Sr. Presidente, deve estar aí o Projeto de Lei, não
mais projeto, mas Lei sancionada pelo Presidente da República.
O SR. RENATO GUIMARÃES (Questão de Ordem): A Moção de Repúdio não é ao
Presidente da República - até gostaria que fosse -, mas ao Congresso que
aprovou essa medida. Eu gostaria que a Moção fosse lida novamente para ajudar o
Vereador que encaminha.
O SR. JOÃO DIB: Não era exatamente uma Questão de Ordem, como era a minha esperança,
mas foi uma ordem na questão e agradeço ao jovem e aguerrido Vereador pela
inteligência da sua colocação.
Eu não vi na proposta de
Moção de Repúdio nenhum documento, a não ser a vontade do Vereador e do Ver.
Clovis Ilgenfritz, que também me pediu para votar uma Moção de Repúdio a uma
declaração. Eu, Ver. João Dib, Vereador que está há mais tempo nesta Casa, teve
sua palavra colocada em dúvida. Eu sei, eu leio jornal, eu ouço rádio. Sou
daqueles que ouve até “A Voz do Brasil”, mas eu não sei se é um projeto de lei.
O Presidente Fernando Henrique Cardoso foi acusado aqui pelo nosso Prefeito
Raul Pont. Por isso, Ver. Renato Guimarães, eu coloquei a idéia de que a Moção
repudiava o Presidente, mas V.Exa. esclareceu,
porque foi V.Exa. que propôs, e
é um ano eleitoral. Foram exigidos documentos a este Vereador. E não tem neste
Plenário ninguém, e nem nos Anais da Câmara Municipal, que possa dizer que, num
determinado momento, o Ver. João Dib faltou com a sua palavra ou falseou com a
verdade. Eu sempre digo que um político inteligente não mente, ele sempre fala
a verdade, e porque ele nunca sabe qual é a totalidade do Plenário que o escuta.
Se ele falar algo nesta tribuna e outra ali na esquina, poderá ter um dos
presentes daquela outra afirmação, e o
Ver. João Dib nunca mais será o homem que fala a verdade. Por isso, Sr.
Presidente, eu não vou votar, porque se exigem deste Vereador documentos, eu
não vejo documentos, e vou-me abster de votar. Não vou votar contrariamente,
como poderia ter sido feito quando afirmei que ouvi na Rádio Guaíba as
declarações da jovem deputada, e a minha palavra não era o suficiente. Mas a
fita será degravada e nós vamos discutir oportunamente. Portanto, não há
documentos, não analisamos o texto, e precisaria ser analisado; o legislador
deveria fazer uma análise até porque, de repente, poderia ser diferente da Espanha e de outros países que já
fizeram isso, e até porque, com o erro a gente aprende, como aprendi quando
colocaram em dúvida a minha palavra, que Moção deveria ser acompanhada de
documento, que palavras só não bastavam. Eu disse o que eu ouvi, eu não li, e
se eu tivesse lido, eu teria trazido. Agora está aqui a fita. Saúde e paz!
Muito obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. Clovis Ilgenfritz está com a palavra para encaminhar pelo PT.
O SR. CLOVIS ILGENFRITZ: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, no ano que
passou, meu compromisso com a
Presidência não permitia essa participação amiúde como eu gostaria.
Inicialmente, quero dizer ao Ver. João Dib, ao Sr. Presidente e ao
Secretário que nós vamos anexar ao Requerimento algumas provas do que
aconteceu. Seria por demais complicado ou criaria um problema para a Casa, se
fôssemos anexar todos os jornais, todas as revistas, todas as fitas gravadas e
todo o programa da TV Senado, que foi ao vivo e eu escutei até a madrugada,
para mostrar que houve uma votação no Senado. É muito diferente do que
argumentou o Ver. João Dib em relação à acusação de uma pessoa ter dito uma
determinada coisa e aquilo não estava claro. Não que ele não dissesse a
verdade, nós não desconfiamos disso; mas tem que comprová-lo. E os jornais
estão comprovando. Está escrito aqui: "O Senado aprova o emprego
temporário".
Neste curto espaço de tempo, quero dizer que nós precisamos
mostrar à população que o que aconteceu no Senado e na Câmara é o que está
acontecendo com o Brasil de Fernando Henrique Cardoso, ou seja, ele está com um
Congresso, com uma Câmara e com um
Senado com maioria subserviente que, para ganhar a reeleição, alguns até
receberam dólares, reais, isso ninguém tem dúvida. Dizia o líder das oposições
ao fazer a defesa contra o Projeto, o Senador Eduardo Dutra, do PT, que quem
presenciar a atual discussão do Senado, como ele presenciou, vai ter a
impressão que o Projeto será reprovado, porque desfilaram todos os Senadores de
oposição, inclusive, do PSDB e do PMDB, Senadores que foram lá e declararam-se
contra esse Projeto, e deram argumentos muito importantes para toda a nação,
que é um embuste o que está sendo feito agora, é um trampolim para acabar com
as relações de trabalho conquistadas pelos trabalhadores brasileiros, com muita
luta e há muito tempo. A CLT está sendo rasgada, as leis que hoje são
conquistas, inclusive na Constituição Brasileira, estão sendo rasgadas, e
alguns Senadores comprovaram em Plenário que havia um processo inconstitucional
nesse Projeto, porque contrariava o
texto da Lei maior que é a Constituição Brasileira. Por outro lado, o próprio
Presidente da Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas - vejam bem Exmo.
Srs. Vereadores -, CNDL, Sr. José Carlos Stamp disse não ter expectativas de
que seja suficiente para solucionar a questão do emprego. “Sem ter quem
compre,..." - palavras dele - "... não adianta contratar empregado
para vender, ainda que seja a custos reduzidos". O que foi feito no
Senado, e que na Câmara passou por apenas 21 votos de diferença, e no Senado -
que é totalmente governista - passou por 51 a 23. Faça-se justiça, os Senadores
do Rio Grande do Sul, Emília Fernandes do PDT e Pedro Simon do PMDB votaram
contrários a esse Projeto. O Senador Fogaça, o que tem feito seguidamente,
ausentou-se do Plenário no momento da votação, mas, menos mal, não votou a
favor. Queríamos dizer que essa Moção de Repúdio àquela votação, ao conteúdo do Projeto em que uma
maioria subserviente se deixou levar, mesmo que Senadores e Deputados da área do
Governo tenham argumentado perante o governo, com muita ênfase, que esse era um
Projeto enganoso, que era uma mentira, que era apenas uma manobra, que não ia
criar emprego, etc., mesmo assim o Governo
persistiu, manteve, e a maioria subserviente deu a aprovação. Nós não
vamos tolerar isso e já existe matéria sendo registrada na Justiça para
anular os efeitos desse Projeto danoso
à comunidade trabalhadora brasileira, que sempre é quem leva a pior, que sempre
é quem paga o pato do desmando, do neoliberalismo. Muito obrigado.
(Não
revisto pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento de Moção de Repúdio, de autoria do Ver.
Renato Guimarães. (Após a chamada.) APROVADO
por 7 votos SIM, 02 votos NÃO e 01 ABSTENÇÃO.
Passamos às
COMUNICAÇÕES
Está com a palavra o Ver.
Renato Guimarães. Desiste. Ver. Reginaldo Pujol. Ausente. Ver. Paulo Brum.
Desiste. Ver. Nereu D'Ávila. Desiste. Vera. Maria do Rosário. Desiste. Ver.
Luiz Braz. Desiste. Ver. Lauro Hagemann. Ausente. O Ver. Juarez Pinheiro está
com a palavra.
O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, no dia 12 de
janeiro, segunda-feira, bacharelou-se em Ciências Jurídicas e Sociais da
centenária Faculdade de Direito da UFRGS que, junto com a Faculdade de
Medicina, Farmácia e Engenharia são as
pilastras da tão gloriosa UFRGS, hoje sob o magnífico comando da reitora
Wrana Panizzi, a turma de 97.
Foi a formatura mais bela,
mais importante que eu já participei, inclusive superior àquela que
a emoção fazia com que eu também me formasse na mesma Faculdade, porque
tivemos a oportunidade de verificar um
discurso de um Magistrado da Vara da Fazenda Público do Foro de Porto Alegre,
um neófito Professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, ainda em
estágio probatório, que da forma mais
destemida que já vi em um magistrado e em um professor, fazer a avaliação do Sistema Tributário Nacional.
Ele é professor de Direito Tributário, uma matéria que, para os estudantes de
Direito é insípida, e os alunos têm dificuldade de aprender face à forma
normativa e preponderância do Direito Objetivo e falta de uma margem de
interpretação. Esse magistrado do Foro de Porto Alegre, de uma forma destemida,
fez o maior e melhor discurso que este Vereador já assistiu em toda a sua vida
- não muito pequena, mas de grande existência. Fez a denúncia de forma
descabida, da forma enviesada com que o Direito Tributário é tratado nesse
País. Esse Magistrado deixou claro que quem paga todas as contas são os pobres.
A preponderância do Direito Tributário nacional dos impostos indiretos sob os
impostos diretos, 68% dos impostos desta Nação - federais, estaduais e
municipais - são impostos indiretos, ou seja, penalizam de uma forma
indiscriminada ricos e pobres. O Dr. Cassiano, um juiz, que poderia tentar
precaver-se de ter problemas junto aos seus pares fez a denúncia, a denúncia do
porquê das isenções fiscais dos Governos Federal e Estadual e disse claramente:
"está no financiamento das campanhas eleitorais, está na famosa pasta
rosa, assunto que até hoje não foi esclarecido devidamente à população brasileira".
Eu quero, aqui, neste palco importante, neste fórum importante, o mais
importante da Cidade, fazer a homenagem a esse Magistrado, pela sua coragem,
pelo seu destemor e, por certo, aqueles formandos - entre os quais se encontra nossa colega de trabalho - nunca esquecerão,
será uma lição para o resto dos seus dias, no exercício de sua profissão.
Também quero, aqui, renovar a minha denúncia no que tange à falta de licitação no contrato firmado entre
a CRT e a Listel. A grande imprensa tem omitido esse debate, a grande imprensa
tem omitido e inviabilizado que se faça, aqui, a denúncia da questão dos
catálogos telefônicos emitidos pela Listel, sem licitação e, diga-se de
passagem, esta Casa, através da Comissão de Direitos Humanos, requereu à
Companhia Riograndense de Telecomunicações que remetesse, a esta Casa, o
contrato que embasava para que a Listel pudesse emitir os guias telefônicos.
Todos nós sabemos que os guias telefônicos foram uma das piores edições que já
se fez nesse tipo de matéria: omitiram as ruas, omitiram os mapas, fazendo com
que a população desta Cidade se obrigue a buscar nos guias anteriores as
informações que desejam. E isso foi feito sem licitação, Ver. João Antônio
Dib. A CRT não encaminha a esta Casa, e
isso eu não sei a razão, cópia do contrato.
Os pequenos e médios
empresários que faziam nas Páginas Amarelas as suas publicações estão tendo de
pagar duas vezes por um serviço que pagavam uma só vez. Isso rende, Srs.
Vereadores, aproximadamente, vinte milhões de dólares. Nós estamos aqui neste
momento requerendo, mais uma vez, a sensibilidade dos parlamentares que
defendem esse Governo Estadual, entre os quais o Ver. João Dib, a ajuda para
que chegue a esta Casa o Contrato feito entre a CRT e a Listel.
O advogado da CRT esteve presente
a uma reunião da Comissão de Direitos Humanos e prometeu encaminhar cópia do
contrato em uma semana, e já se passaram três meses e ele não veio.
A população foi lesada.
Aqueles pequenos empreendedores, os microempresários e médios empresários estão
sendo lesados, porque se obrigam a fazer uma nova assinatura em um novo guia e,
com isso, pagam duas vezes por um serviço que pagavam uma só vez. Isso é
ilegal. Isso é bitributação. Isso é inconstitucional e, ao meu juízo, tem
profundas - quero ser sério no que digo - dúvidas de que aí possa se esconder -
digo dúvidas - um processo de corrupção.
Muito obrigado.
(Não revisto
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE: O Ver. José Valdir está com a palavra. Ausente. O Ver. João Dib está
com a palavra.
O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, vou dar um conselho aos Srs.
Vereadores, que estão em pequeno número agora, neste Plenário. É que alguns, de
repente, podem pensar que eu esteja querendo orientar a Casa, e depois fazem
discursos furiosos aqui. Não é nada disso. Eu acho que os Vereadores deveriam
ler o Diário Oficial do Município diariamente, porque aí quando o Ver. Juarez
Pinheiro me pede o contrato da CRT com a Listel - que não é área minha; eu só
gosto de coisas do Município e no Diário Oficial não tem isso aí -, eu pediria
uma explicação sobre as centenas de cartas-contrato feitas pela administração
da Prefeitura, onde há até concursados.
E são cartas-contrato de 180 dias.
O Sr. Adeli Sell: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Sempre é uma
satisfação debater e ouvir a coerência na fiscalização do Poder Público
Municipal feitas por V. Exa.. Se V.Exa.. puder nos fornecer as notas
taquigráficas, nós, imediatamente, vamos apor a nossa assinatura e solicitar todas essas questões que V. Exa. está
demandando.
O SR. JOÃO DIB: Eu não esperava de V. Exa. outro posicionamento. Agradeço a V. Exa. e
informo que as minhas notas taquigráficas podem ser fornecidas sempre, tão logo
eu termine o meu discurso, mesmo sem revisão, a quem desejar. Já dei essa
orientação ao Setor de Taquigrafia.
Mas, Ver. Adeli Sell, são
muitas as cartas-contrato para médicos, enfermeiros e para muita gente. E
cartas-contrato são ilegais, principalmente por 180 dias. Até colocam
improrrogáveis. Mas na minha coleção de nomes de cartas-contrato - não sei se
essa de 180 dias, pois não verifiquei - eu já vi cartas-contrato prorrogadas
por dois anos, de 90 em 90 dias. E a Prefeitura fez um concurso para
arquitetos, cujo prazo de dois anos se encerra agora no dia 19 ou 20 de janeiro.
E eu ouvi dizer que a Prefeitura não vai querer renovar o contrato. Havia 24
vagas, se não me engano, para as quais se inscreveram quase mil arquitetos.
Dezenove foram chamados e cinco ainda poderiam ser chamados, pois existem as
vagas. Não estou pedindo que chamem esses cinco, estou pedindo que o prazo do
concurso, que custa muito dinheiro, seja mantido por mais dois anos como
possibilita a lei.
Mas eu dizia, em
pronunciamento anterior, e vou repetir aqui o pronunciamento que fiz na
presença do Prefeito, no dia 05 deste mês, no momento da posse da Mesa
Diretora. Lê: “Como disse, é um dia de trabalho, e o primeiro Requerimento,
creio eu, desta Sessão Legislativa já foi encaminhado e quero ver da legalidade
do Decreto nº 11880, editado em 30 de
dezembro, sobre o IPTU e Plantas de Valores. A minha mesa está cheia de papéis
e pensava que, depois da eleição,
iríamos começar um trabalho extenso e intenso. Já havia-me preparado para discutir a pista de eventos.
O Processo nº 05/95 ainda está na Casa - o Prefeito ainda não o retirou - e nesse Processo a Prefeitura pede
autorização para, em alternativa construir a Pista de Eventos no chamado
‘Estacionamento do Parque’, parecendo não entender que o estacionamento é parte
do Parque Marinha do Brasil. E se, no passado, precisou pedir autorização,
continua necessitando um pedido de autorização hoje. Já estava preparado com a
minha Bancada, com todos os documentos,
todos tranqüilos, prontos para trabalhar. Mas vamos começar na próxima
quarta-feira”.
Eu tinha, na minha mesa, o
Proc. 05/95, que está sustado na Justiça, e o Prefeito não o retirou da
Casa. Eu havia colocado uma séria
dúvida sobre a validade do Decreto nº 11880, de 30 de dezembro do Prefeito
Municipal, alterando a Planta de Valores. O Prefeito dá entrevistas, dizendo
que são 7,64 % o acréscimo do IPTU, mas, na verdade, há pessoas recebendo 30,
32% e tenho recebido reclamações no meu gabinete, encaminhei-as à Secretaria da
Fazenda, para que procurem explicações.
Quando solicitei da validade
do Decreto nº 11880, a Procuradora da Casa elaborou em equívoco, alicerçou-se
no Parecer da Comissão de Justiça que também está equivocada, no meu
entendimento, porque não analisou exatamente o que eu pedia. Mas o Parecer que
a Comissão de Justiça contrariou - porque como disse o seu Presidente, Ver.
Elói Guimarães: “A lei deve ser cogente; a lei deve obrigar, a lei deve
exigir”.
A Lei Tributária do
Município, no seu art. 9º diz: “Os preços do metro quadrado dos terrenos e de
cada tipo de construção, bem como as definições desses serão fixados anualmente
por decreto do Executivo que instruirá a proposta orçamentária”. Essa foi a
solicitação que fiz, que a Procuradoria da Casa examinasse, não examinou,
apenas disse que a Comissão de Justiça já se manifestara em relação ao
problema. Não perguntei na Comissão de Justiça sobre o art. 9º. Se a lei deve
ser cogente, não importa o que diz a Constituição como possibilidade, ela
admite, desde que não haja uma lei determinando colocações claras, precisas e
concisas. Anualmente, por decreto executivo que instruirá a proposta
orçamentária. O Prefeito não fez o decreto executivo e tinha razões para não
fazê-lo, porque o mesmo artigo lhe permitia mandar a essa Casa um projeto de
lei, pois ele queria aumentar acima da inflação, precisava de um projeto de
lei. Sabendo que perderia o seu projeto de lei, ele, inteligentemente,
erradamente, ou não gosta de perder,
até porque vi, hoje, que ele falou mal até do Juiz que deu a liminar no
caso da Pista de Eventos - não gosta de perder -, retirou o projeto de lei. Se
ele retirou o projeto de lei, o inteligente, o correto, o sensato seria
encaminhar o decreto, que haveria uma explicação: mandei o projeto de lei,
substituo pelo decreto. Seria uma mensagem substitutiva. E o Prefeito não fez
isto. No dia 30 de dezembro já não podia mais editar o decreto, até porque o
Orçamento já havia sido votado em 30 de novembro.
Então o posicionamento da
Procuradoria não me convenceu e a população está pagando mais caro, não 7,64
como é o IGPM, mas muitos estão pagando 30, 35 e até 40% mais.
Então há uma necessidade
urgente dessa Casa se posicionar, sim, mas há uma necessidade mais urgente da
Secretaria Municipal da Fazenda esclarecer todos aqueles que estão com mais de
8%, porque estão pagando 20, 30 ou 35% acima da inflação, acima do valor do ano
passado.
Continuo convicto,
absolutamente certo do meu entendimento que é de engenheiro, onde dois mais
dois é igual a quatro. E aqui diz que dois mais dois é com a proposta
orçamentária, que poderia ter sido substituída e não foi, pela teimosia do
Prefeito Municipal, a mesma teimosia que ele teve, sabendo que não podia fazer
a Pista de Eventos onde pretendia, sem autorização desta Casa. Esta Casa não pode se deixar desmoralizar e
estava deixando, mas a Justiça sanou essa
dificuldade. Então, o Ver. João Dib não fala mais sozinho, não, outros
Vereadores falaram como eu: Vera. Clênia Maranhão, Ver. Sebenelo. Mas eu tenho,
na minha mesa, o Projeto nº 05/95, onde essa área em que o Prefeito pretendeu
fazer a Pista de Eventos está ali
incluída como forma alternativa, e foi sustado na Justiça, foi trancado
na justiça. Mas a teimosia faz com que
ele seja prepotente, como o foi no início do ano passado, quando nós dizíamos
que ele não podia tentar o convênio com o Ministério dos Transportes para
administrar o porto, sem autorização da Câmara. Quando ele perdeu, lá no
Ministério dos Transportes, ele veio pedir autorização da Câmara para conveniar
com o Estado. Então, as leis são
claras, precisas, concisas e devem ser respeitadas, inclusive e, especialmente,
pelo Prefeito, pelo Governador, pelo Presidente da República. Saúde e paz.
(Não revisto
pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Juarez Pinheiro): Ver. Adeli Sell, a Mesa, informa a V. Exa
que gostaria de ouvir o seu pronunciamento, até para fazer o contraditório com
o pronunciamento do Ver. João Dib, mas
verifica-se, visualmente, que não há quórum para dar continuidade aos
trabalhos.
O SR. ADELI SELL (Questão de Ordem): Ver. Juarez Pinheiro, nós estamos em uma
Comissão Representativa, há um entra e sai permanente no Plenário. Então, se
nenhum Vereador pede verificação de quórum, significa que as pessoas que estão
aqui, estão para debater os temas.
Quando outros Vereadores falaram aqui, também não havia os seis Vereadores que
o Regimento pede, mas como os Vereadores atendem pessoas aqui no Plenário, nos
corredores, a qualquer momento podem entrar ou sair Vereadores. Portanto, nós não podemos prejudicar um Vereador que
poderia utilizar esse espaço na tribuna, porque no momento não havia quórum.
Primeiro: ninguém pediu verificação de quórum; segundo: há um entra-e-sai de
Vereadores no Plenário, portanto, acho equivocado o procedimento de V.Exa.
O SR. PRESIDENTE: Esta Presidência recebe as alegações de V.Exa., concorda em parte, mas
quer dizer que enquanto este Vereador esteve presidindo os trabalhos, em nenhum
momento se desenvolveu a parte das Comunicações com menos de seis Vereadores
presentes. Muito embora na questão política o contraditório seja importante e
esse seja o âmago desta Casa, quem ocupa esse espaço da presidência dos
trabalhos obriga-se, por óbvio, a cumprir com o Regimento desta Casa. Esta
Presidência pede a compreensão do Ver. Adeli Sell, mas se agisse de forma
contrária estaria violando o Regimento, o que não é o objetivo deste Vereador.
Ao contrário, faremos de tudo para que o Regimento seja cumprido.
O SR. CLOVIS ILGENFRITZ (Requerimento): Sr. Presidente, concordamos
com a interpretação do Regimento que V.Exa. está fazendo, mas queremos deixar
como requerimento, que se inclua, na discussão do Regimento que vai ser
discutido em fevereiro, essa questão do quórum no processo da participação dos
Vereadores em período de Comunicações, nas Reuniões da Comissão Representativa.
O Ver. Adeli , este Vereador e outros tem razão em que o problema é político,
ético e não podemos esvaziar o Plenário após usarmos o nosso tempo. Essa é uma
questão a ser discutida.
O SR. PRESIDENTE: A Mesa recebe o Requerimento de V.Exa. V.Exa. comandou este Legislativo, como Presidente da Mesa Diretora,
durante um ano, e sabe bem que a Presidência dos trabalhos não poderia tomar
outra atitude. Entendemos a insatisfação do Ver. Adeli Sell, que pertence ao
partido que nós militamos com muita honra, mas estamos na Presidência dos
trabalhos de uma forma incipiente em relação a isso. Entendemos procedente a
questão que V.Exa. levanta, já observada ao longo de todo o ano de 1997, porque
no período em que funciona apenas a Comissão Representativa, quando
parlamentares aqui acorrem prestigiando o funcionamento, parece-nos que um
dispositivo legal que impeça a sua manifestação não é judicioso, mas
haverá os quóruns adequados às discussões de Mesa, às discussões com lideranças,
para que se possa alterar ou esse dispositivo. Quero dizer, também, que este Vereador,
se requerido, na oportunidade adequada, votará também para que neste
período aqueles Vereadores que
comparecerem possam se manifestar e emitir suas opiniões.
O SR. JOÃO DIB (Questão de Ordem): Sr. Presidente, eu queria dar a minha solidariedade ao posicionamento do
Ver. Clovis Ilgenfritz. Se fazemos a Comissão Representativa, não tem sentido
que, depois que alguém fala, se retire, e deixe os outros, que deveriam
discutir e debater, sem oportunidade de falar. Eu pude viver isso na
quinta-feira passada, o Presidente era o Ver. Clovis Ilgenfritz, não havia
quórum e ele realmente fez o que V.Exa. está fazendo hoje. É uma questão de
ética permanecer no Plenário até o final.
O SR. PRESIDENTE: Estão encerrados os trabalhos.
(Encerra-se a
Reunião às 12h01min.)
* * * * *